14 de março de 2011

Tolerância e Intolerância

CURSO: CURSO EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA-UNESP-SECAD-UAB
PROFª RESPONSÁVEL: Elisandra André Maranhe
TUTORA: Jaqueline de Souza José
ALUNA: Elisangela Ribeiro Dias Lourenço
GRUPO: C
POLO: São José do Rio Preto.
MÓDULO 2- UNIDADE 1
AT-3- PRODUÇÃO TEXTUAL:

TOLERÂNCIA E INTOLERÂNCIA

Após a leitura da unidade 1, lendo e conhecendo um pouco mais os vários conceitos que são pré-requisitos para o melhor entendimento do tema Educação para Diversidade e Cidadania, optei por fazer uma análise sobre as ideias que temos a respeito de tolerância e intolerância.
Quando falamos no assunto, a primeira ideia que nos surge é que a pessoa tolerante
é “boa, compreensiva, solidária, etc” , e a pessoa intolerante é “má, egoísta, insensível, etc”. É comum denominarmos os outros e a nós mesmos como tolerantes ou intolerantes a determinados assuntos sem pensarmos no significado real da palavra. São conceitos prontos, oriundos de um censo comum e passados adiante e acabamos aceitando sem percebermos seu real significado e aplicação.
No texto, Clodoaldo (2009, p.10) nos leva a refletir sobre a tolerância quando nos diz que “devem ser respeitados todos os valores de todas as culturas? Todas as posições políticas e sociais? A tolerância não tem limites? Como identificá-los?”
Muitas vezes aceitamos , toleramos o diferente mas não percebemos que estamos camuflando uma aparente aceitação, uma tolerância passiva ,uma atitude de resignação diante da opressão e desigualdades sociais (MARCUSE, 1970).
Bobbio (1992) nos diz que existem a tolerância e a intolerância boas, e a tolerância e intolerância ruins, formando pares opostos de valores que se opoem. Segundo ele a tolerância positiva respeita as diferenças rejeitando todas as formas de preconceito e exclusão, que constituem a intolerância negativa. E a intolerância boa revela firmeza nos princípios, combate a opressão e desigualdades sociais, se indigna, o oposto da tolerância ruim, que mostra passividade à situação de opressão e desigualdades.
Sendo assim, percebo que precisamos promover a vinculação desses opostos de maneira a contribuir para uma verdadeira transformação social, diversificada e inclusiva. Não podemos apenas achar que ser tolerante é aceitar alguém ou alguma coisa fora do padrão dito normal pela sociedade, pois assim estamos nos colocando num patamar superior ao outro que está sendo tolerado.
Nós educadores às vezes pensamos que quando estamos trabalhando algum tema cultural como por exemplo o “ dia do Índio “, estamos estimulando a diversidade, mas acabamos esteriotipando , caricaturizando-os superficialmente. Muitas vezes podemos estar, inconscientemente, praticando uma tolerância ruim, pois “camuflamos” a história de sofrimento, exploração , dominação que pode estar ligado à tal cultura.
A escola deve promover uma reflexão sobre o conceito da tolerância que aborde essa oposição, sempre colocando em discussão os limites da tolerância , discutindo sobre o que para nós pode ser tolerado e intolerado de forma boa, contribuindo assim para uma cultura de paz.



Referências:


BOBBIO, N. As razões da tolerância. In:A era dos direitos. Trad. Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Campus, 1992.




CARDOSO, C.M. Fundamentos para a Educação na Diversidade.In:MORAES,Mara Sueli S.;MARANHE, Elisandra ª Introdução conceitual para Educação na Diversidade e Cidadania.Bauru, 2009.v.2,un.1, p.10.


MARCUSE, H. Tolerância repressiva. In: Crítica da tolerância pura. Rio de Janeiro: Zahar, 1970. (Coletânea)

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